Entre janeiro e junho de 2023, foram 48 focos detectados pelo monitoramento via satélite feito pelo Inpe. No mesmo período este ano, mesmo com o mês ainda em andamento, já são 121. Governo decretou situação de emergência por conta da falta de chuvas e risco de incêndios florestais. Focos de queimadas até 25 de junho no Acre já superam total do mês em 2023
Arquivo/Semapi
O Acre já registrou 121 focos de queimadas nos primeiros seis meses de 2024 e acumula um aumento de 152% na comparação com o mesmo período no ano passado. Os dados são do Programa Queimadas, monitoramento via satélite feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
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Mesmo com o atual mês de junho ainda em andamento, a marca já supera a da mesma época em 2023, saindo de 31 para 85 focos, o que equivale a um aumento de 174%. O mês de junho de 2024 também já chegou à segunda maior marca da série histórica para o mês, atrás apenas de junho de 2016, quando o levantamento detectou 101 focos.
Nos meses anteriores, o Acre teve apenas oito focos detectados em janeiro, sete em fevereiro e março, três em abril e 11 em maio. Em junho, os dias com a maior quantidade de focos registradas foram 5 e 25, com 12 pontos de queimadas.
Alerta máximo
Rio Acre apresenta estabilidade nesta quinta-feira (20) em Rio Branco, marcando 1,89 metro
João Cardoso/Rede Amazônica
Toda a Bacia do Rio Acre está em situação de alerta máximo para seca, agravado em razão da falta de chuvas na região. O Rio Acre na capital continua em situação de baixa, marcando 1,79 metros nesta quarta-feira (26) segundo a Defesa Civil municipal. A marca continua sendo a menor para o mês de junho nos últimos dez anos. (Confira a oscilação deste mês abaixo)
Até esta quarta, o acumulado de chuvas neste mês em Rio Branco foi de 1,20 milímetros, segundo o monitoramento feito pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), sendo que o esperado é de 60 milímetros.
Neste mês, o nível do Rio Acre subiu nível apenas no dia 2 de junho, quando saiu de 2,59 metros para 2,60 metros. Em todos os outros registros, divulgados pela Defesa Civil da capital de forma diária, o cenário é de queda ou estabilidade. Toda a Bacia do Rio Acre está em situação de alerta máximo, com redução no nível.
Nível da Bacia do Rio Acre
Neste mês, o governo do estado decretou emergência por conta da falta de chuvas e do baixo nível dos mananciais em toda a Bacia.
Três meses após sofrer com enchentes históricas, o Acre agora está começando a sentir os efeitos de um novo evento climático extremo, a seca. Durante todo o mês de maio, o Rio Acre, principal afluente do estado, ficou abaixo de 4 metros. Agora em junho, o manancial tem atingido marcas ainda mais críticas.
⚠️Especialistas ouvidos pelo g1 já apontavam para a possibilidade de seca antecipada antes da publicação do decreto de emergência, quando o Rio Acre marcou 2,52 metros no dia 30 de maio, a menor marca para o mês. Desde o início de junho até esta quinta, o nível do rio baixou 70 centímetros.
Mapa Seca Rio Acre 2024
Arte g1
A situação de seca antecipada na Bacia do Rio Acre é pontuada no decreto de emergência, que tem vigência até 31 de dezembro deste ano. O governador Gladson Cameli destaca ainda que:
“A continuidade prevista do baixo volume de precipitação, aliada ao aumento de temperaturas, provoca a redução do armazenamento de água no solo no Estado e potencializa a probabilidade de ocorrência de situações emergenciais e intensificação de secas na região para o período”.
Histórico de secas nos últimos 10 anos
O ano em que o manancial apresentou a menor marca histórica foi em setembro de 2022, quando marcou 1,25 metro. Naquele ano, o rio já estava abaixo dos quatro metros no mês de maio.
O mesmo quadro foi observado em 2016, ano com a segunda pior seca. Em junho daquele ano, dado como a menor cota até então, o nível do rio estava em 1,94 metro e em 17 de setembro atingiu a menor cota histórica da época: 1,30 metro.
Rio Acre marcou 1,25 metro em Rio Branco em outubro de 2022, menor cota histórica
Iryá Rodrigues/g1/Arquivo
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